segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Correnteza


Há situações na vida que parece que estamos caminhando no sentido contrário. É como se estivéssemos na praia e, sabemos que naquela parte tem correnteza, mas você permanece ali, até que de repente a correnteza começa a ficar mais forte, você precisa sair da água, mas começa a nadar no sentido em que a corrente de água está te levando, porque, talvez, por mais que você saiba onde vai chegar, em que fim vai dar, você quer descobrir coisas novas pelo caminho. Todo mundo grita, pedindo para voltar, outros chamam sua atenção, pedem para ter cuidado, mas você continua indo, e sabe que pode não sobreviver, ou que pode se ferir, mas ainda assim, você quer e tem que arriscar, e pensa: “como terei certeza do que é se eu não arriscar?” Quem sabe o final não seja diferente do que todos imaginavam, ou pode até ser igual, só que nada se compara ao momento que passou, que lutou, que te fez amadurecer e, quem sabe até, tornar uma pessoa melhor. Nada se compara ao momento que viveu e foi feliz, mesmo que por alguns instantes. A sensação de estar livre, de cumprir e ser fiel à sua vontade, de se auto desafiar, superar e ficar em paz com a sua consciência. Às vezes, é preciso, sim, nadar contra a correnteza, mas também, certas vezes, é preciso ir no mesmo sentido que ela. Cada um sabe a força que tem dentro de si, dos riscos que pode correr e até onde pode aguentar, mas é necessário arriscar. É preciso, ao menos, tentar ser feliz.


Por Karine Santos